memórias do coração

O mais difícil de tudo, nunca foi esquecer-te. É estares continuamente em tudo o que me rodeia, dia após dia. Em cada palavra, em cada passo. O tempo nada apagou, apenas guardou onde eu nem sempre pudesse encontrar. Com o passar dos dias, descobri que um grande pedaço de ti ainda permaneceu, trazendo de volta uma sensação de amargura já meio desconhecida. Em momentos de fraqueza, deparo-me imediatamente com imagens de momentos passados, dos quais sinto uma saudade inexplicável. Fiz-te parte de mim. O teu corpo. O teu sorriso. Tudo. Por vezes, gostava que assim não fosse, apenas para poder conseguir seguir em frente e não parar a meio do caminho, tal como tu rapidamente fizeste. Mas, ao pensar nisso, sinto toda a coragem a fugir-me entre os dedos, e penso se quero realmente agarrá-la. Partiste(-me), obrigando-me, numa fracção de segundo, a viver sem o suporte que outrora tinha feito de tudo para eu não cair.
Não sei se ainda te quero, se não. Amo-te, e odeio-te. Volta para junto de mim, mas ao mesmo tempo, não o faças. Não sei se me entendes, mas se isso não acontecer, não te preocupes. Se isso acontecer, vais perceber como sempre me senti. Pois desde o primeiro segundo, que nunca percebi o que o meu coração me fez sentir por ti.